Maior
Textos
Maior
Texto de Diana Nunes Coelho.
A gaia perplexidade
é a ponte
para a idade.
Mas defronte
a identidade
será a própria ponte.
Tempo preso
Idade à solta
a memória
no gesto
desenvolta.
Maior
é a cor
do gesto
do que a morte.
O gesto
voa
correndo
à toa.
A gestualidade
corrói
a inércia.
Um todo
recria
os sons
do antes e do depois.
No momento
abstraído
a raiz do corpo
consentido.
Colhe
o gesto
as migalhas
do mundo
num renascer
profundo.
Desse esboroar
o ser arrepia
ao tempo
uma nova geometria.
No ruir harmónico
do mundo
o sopro escaleno
dum amanhecer profundo.
Perfaz
o tempo
na caligrafia
do alvo furo
a ontologia
de um Maior
futuro.
Quando o retardar
do braço
se agita
a traça do seu gesto
é infinita.
O fluir
do momento
ecoa
nos limiares do tempo.
O não-ser
da fonte
leva o eco
para além
do horizonte.
Desejo transfigurado
redentor
do corpo
ameaçado.
Aquém da imagem
o caos da luz.
Atrás de espelho
a corrupção
das trevas.
através do espelho
a redenção dos corpos.
Na hecatombe
dançante
o sentido
de uma outra aurora.
A alma do gesto
perfaz
a dimensão
do ser
em vestes de porvir.
Do calafrio
da arquitetura
à estrutura
do Maior.
Do quotidiano
a distorção
é a sua maior razão.
Sólido maior
Solo Maior
Sol Maior
Só Maior.