Pedro Penim
Humor Maligno
2017
Quem sabe o que andamos hoje a fazer que amanhã nos parecerá desumano?
Em 1782 uma viúva, que a História guardou apenas como Mrs. Fitzherbert, morreu por ter estado a rir durante mais de 24 horas seguidas depois de assistir a The Beggar’s Opera num teatro de Londres. Sentada na plateia começou a rir que nem uma perdida quando entrou em cena um ator travestido de Polly Peachum. O ataque de riso foi de tal ordem que fez com que tivesse de sair da sala ainda antes de acabar o segundo ato. O obituário publicado no The Gentleman’s Magazine relatava que a mulher fora incapaz de tirar a figura teatral da memória, tendo entrado num estado de histeria tal que o riso durou desde a noite de quarta-feira até à manhã de sexta, quando finalmente morreu.
Mrs. Fitzherbert não só era uma grandessíssima duma transfóbica como levou um bocadinho mais longe do que é comum a ideia de rir até ficar sem ar.
A este processo chama-se Hilaridade Fatal, a morte por ataque de riso até à asfixia, ao ataque cardíaco, ao pneumotórax…
Em 1939, um ano em que parecia que ninguém queria/podia rir, André Breton publicou a primeira versão da Antologia do Humor Negro, cunhando assim um termo que permite que nos riamos da desgraça dos outros (da desgraça ponto) dando a experimentar a gargalhada e o desconforto, muitas vezes em simultâneo.
Rir dói.
E é isso o Humor Maligno. É o humor do calabouço.
Pedro Penim
Ficha Técnica e Artística
Encenação
Pedro Penim
Texto
Pedro Penim e Hugo van der Ding
Intérpretes
Angelina Mateus, Carlos Fernandes, Carlos Nery, Catarina Rico, Cristina Gonçalves, Elisa Worm, Helena Marchand, Isabel Millet, Isabel Simões, João Silvestre, Jorge Leal Cardoso, Júlia Guerra, Kimberley Ribeiro, Manuela de Sousa Rama, Maria Emília Castanheira, Maria Helena Falé, Maria José Baião, Mário Figueiredo, Paula Bárcia
Participação especial
Hugo van der Ding
Cenário
Bárbara Falcão Fernandes
Figurinos
Joana Barrios
Desenho de luz
Daniel Worm
Assistência de encenação
Óscar Silva
Fotografia
Bruno Simão
Registo vídeo do espetáculo
Marco Arantes
Produção executiva
Companhia Maior
Produtor Companhia Maior
Luís Moreira
Coprodução
Centro Cultural de Belém
Companhia Maior
Parceiros
Câmara Municipal de Lisboa
Junta de Freguesia de Belém
Turismo de Lisboa
Apoios
El Corte Inglês
ESPAZO self-storage
Agradecimentos
Eficácia Livre
Restaurante Andorinhas
Centro Social de Belém
Rita Vasconcelos
Madalena Costa
André e. Teodósio
Nesta peça cita-se Agatha Christie, André Breton, André e. Teodósio, Anne Geddes, Botho Strauss, Chris Dercon, Holger Syme, Jimmy Carr, Jonathan Lowen, Jonathan Swift, José Maria Vieira Mendes, Louis C. K., Miley Cyrus, Olav Westphalen, Paul B. Preciado, Roee Rosen, Sarah Silverman, South Park, Woody Allen… A Companhia Maior. E a internet.
Apresentações
ESTREIA
18 a 21 de novembro 2017
Centro Cultural de Belém
Lisboa
Fotografias desta página: © Bruno Simão